Ela se sentia só, completamente só. Mesmo com seus pensamentos em constante atividade, ela não se satisfazia. Adorava conversar consigo mesma, se questinar. Mas não aguentava mais... Precisava de alguma coisa que tornasse sua vida mais colorida, assim no modo mais clichê da palavra. Estava cansada daquele preto e branco que eram seus dias. Todos cinzentos. No começo, esse clima instigante, frio e misterioso era muito excitante, era novo e elegante. Mas com o tempo, o frio foi ficando cada vez mais gelado e insuportável, o mistério já não era tão excitante assim. E a elegância que ela via não existia mais. Ela queria o sol desta vez, só que tinha medo. Medo de repente este Sol se apagar, do calor dele se tornar tão desagradável quanto o inverno em que vivia... De toda a sua felicidade do novo se esvaír e não voltar mais. Farta de tudo aquilo, dos sorrisos serem tirados como um doce de uma criança, bem quando ela estava feliz com tudo. Não tinha mais esperanças.
Mas então, ela conheceu o Surpreendente. Algo que era mais do que novo, era perfeito. Simplesmente acordou assim. No começo não entendeu a sensação que a invadia, estava com medo de novo. Aquele frio na barriga que era desconfortável, mas ao mesmo tempo extremamente delicioso de se sentir e que ela não trocaria por nada no mundo... Começou a estranhar. Cadê o cinza cada vez mais forte, o frio cada vez mais intenso e a elegância esquecida? Não conseguia mais ver nada daquilo, não conseguia ver absolutamente nada. Segunda sensação; susto. O que é que estaria acontecendo? Onde estaria a dor, a melancolia e o tédio que já era tão acostumada a sentir? Primeiro, pensou que talvez fosse o Sol e seu calor que haviam chegado. Segundo, se perguntou aonde estariam eles. Não via nada além de nada... Só a tranquilidade do nada. Eu poderia viver aqui para sempre, ela pensou. Para sempre, que nada tornaria essa felicidade em algo ruim.
O tempo passou, e foi como se tudo continuasse do jeito que começou. Toda aquela alegria a completava sem igual e ela gostava muito disso. Mas será que, com mais tempo, tudo não se tornaria tão comum como todas as coisas? Mais tempo. Ela conseguia sentir todas as partes de seu corpo em harmonia com seu coração e sua mente...
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